Ela estava com um vestido branco que delimitava as formosas curvas de seu corpo. O batom vermelho e os reluzentes olhos azuis coloriam a lente da câmera fotográfica. Era meu primeiro ensaio com ela.
Dois metros nos separavam. Dois mundos nos cercavam. Duas horas nos restavam, dentro daquele ínfimo estúdio. Mas o tempo não existia, não na cabeça de um fotógrafo apaixonado.
Ela estava deslumbrante. A cada pose formada, uma essência diferente se espalhava pelo local. Era uma sensação avassaladoramente única.
Estávamos na décima terceira foto quando ela pediu uma pausa. A equipe de apoio foi ajustar alguns detalhes na roupa e na maquiagem da modelo, mas ela pediu para que todos se retirassem do estúdio, e que pudéssemos ficar à sós.
Ela estava caminhando em minha direção com sua taça de champanhe na mão. Sentou-se em uma cadeira ao meu lado e ficou em silêncio por um curto período de tempo. Tempo o suficiente para que eu pudesse perceber o quão charmoso era o seu sinal do lado esquerdo do seu rosto. E como suas atitudes demonstravam, na maioria das vezes, exageros sutilmente notáveis.
O silêncio foi rompido pela deusa caucasiana:
-Por que você sonha comigo todas as noites?
Então, em uma fração de segundos, acordei subitamente.
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