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Mostrando postagens de outubro, 2015

Amor de Primavera

Pensei que poderíamos ser um amor de Primavera. Mas dessa vez o poder da mente fracassou. Ainda assim ela se lembra perfeitamente da sua feição e da sua camisa azul. Ela se lembra também do seu amigo meio exaltado, que não gostava de camisas em shows. Ela só não entende o porquê de nosso samba a dois não ter acontecido.  Estávamos sambando no centro da pista, perto do palco. Contemplei o sol do teu olhar, na certeza de um amor. Acreditei na ilusão de ter você pra mim. Você foi minha Anna Julia. O sol se pôs e Los Hermanos continuou a tocar. Num piscar de olhos você foi pro lado de lá e fiz de todo meu mar um grande cais, pra esperar sua volta.  Durante algum tempo fui condenada à condicional: presa pelo teu olhar, mas ainda assim em liberdade. Não sei mais o que fazer; vou apenas levando todo o amor do mundo, esperando você,  novamente, raiar. 

Cruzamentos

Nos encontramos por acaso. Um caso de meia tarde. Eu atravessei a rua, você dobrou a esquina. Nos falamos porque você era alto e eu usava tênis. Descobri que as pastilhas laranja costumam ser azedas. Você, com um jeito meio distraído, quase é atropelado quando atravessamos a outra rua. O cara da banca de revistas gritou “cuidado!”, mas não foi pra você. Você é do tipo de pessoa que anda quarteirões da sua casa até a casa do vizinho mais longe só pra jogar bola na frente do portão dos outros. Você não é daqui, por isso o cara da banca de revistas não gritou pra você. Talvez tenha até gritado, mas só porque você parecia ser um comprador em potencial. Atravessamos outra rua. Sorte a nossa estarmos indo na mesma direção. Te mostrei um texto meu. Você disse que era tão complicado quanto entender como é gostoso pão de queijo com chocolate quente. Ainda bem que você acha essa mistura gostosa. Descobri que as pastilhas vermelhas costumam ser enjoativas e que você gosta de dizer qu