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E então...



...cheguei. Não saindo do lugar, cheguei onde há muito eu não chegava. Cheguei e recostei a cabeça na janela entreaberta. Lembro-me agora do gosto de chocolate com pistache, e me sinto satisfeita por ainda ter um desses na bolsa.
Cheguei. Não vim de nenhum lugar, apenas cheguei. Cheguei e senti o quanto eu gosto daqui, e o quanto eu me afastei daqui... Mas enfim cheguei. Cheguei às sístoles e diástoles dos meus átrios e ventrículos, às respirações e inspirações dos meus pulmões. Senti falta das rimas.
Cheguei. Não a um local, mas em uma pessoa. Cheguei sem me importar com as métricas, com as interpretações ou com os sentimentos. Cheguei porque sem chegar eu não seria, e sem ser, eu não existiria. A paz está me acompanhando. Perdão, acho que o amor também. E assim que ele chegou aqui, eu também cheguei a mim.

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