Pois é, Gilma. O fim de semana foi quase todo assim: escrevendo. Maldito dia que tivemos essa conexão literária. Nunca foi de professora-aluna. Sempre foi alma-alma. Eu lembro quando passei pra faculdade de Direito, em João Pessoa. As coisas, como sempre, acontecendo fora do seu tempo, pra mim. A euforia fora de hora, a certeza sem a checagem dos fatos e a ansiedade da idade.
Nada deu muito certo no ano seguinte, nem mesmo nossa conversa. Parecia que tudo ia se arrastando num ritmo frenético e os terceiranistas tinham que sobreviver entre as aulas, as aulas e as aulas. Eu ia buscar refúgio na Capela, ou com o Frei Evilásio - que sempre tratava meus dramas como pó de areia: poeira aos olhos de Deus.
No final, as coisas se encaixaram mais ou menos bem. Eu sou forte, né? Vez ou outra a gente para e pensa na vida. Busca nosso refúgio. Procura o equilíbrio. Restaura. Revive. Reacende. Ilumina. A gente brilha e irradia o brilho. Pensamos que somos um algo no meio do nada. E aí a gente escreve.
Escreve pra transbordar a saudade que não cabe no peito, a dor que corrói o estômago e até a felicidade que é maior que o maior sorriso. "A poesia será seu refúgio. Nunca pare de escrever". Nunca.
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