De todos os meus amores você foi um chá-mate gelado e com quarenta e cinco gotas de limão. Foi feito para ser tomado com pão quente e queijo frio, num começo de madrugada. Quase tem gosto de cigarro e não se deixa esquentar.
De todos os meus amores, depois de meia caneca se tornou amargo. Não amargo como café - esse amor que sempre volta e está sempre quente. Mas um amor frio, que trava de pouco em pouco, e que tem um gosto inconfundível. Tem a mesma tonalidade do café, mas nunca poderá se comparar: o café é para tudo, menos para dormir. Você é para nada, só para acordar.
De todos os meus amores nenhum me deixa mais satisfeita e com dores de garganta pela frieza. Apesar de preferir sorvete, vez ou outra me vejo voltando para o preto retinto, gelado e meio amargo. Quase como chocolate, mas muito menos cremoso. De todos os meus amores, o mais incrédulo - e talvez o mais saudável.
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