Aqui está tão silencioso que quase consigo escutar as batidas do meu coração. Os carros passam na rua ao lado. Espero que estejam a caminho de casa. Sim, casa mesmo: aquela "de verdade". Não é moradia, não é dormitório, não é restaurante ou qualquer outro lugar. É casa mesmo: aquele espaço que não precisa ser só seu, nem só meu. Aquele espaço que pode ser nosso e que sim, pode ter uma cozinha compartilhada.
Quando somos crianças talvez nossa casa seja nossa mãe. Não, não estou falando de bebês: estou falando de criança mesmo. Aquelas crianças "de verdade" - que hoje em dia nem sei se existem mais. Aqueles projetos de gente grande que se cair abre a boca e sai correndo pra casa. Sim, aquele espaço que eu falei antes.
Quando crescemos perdemos nossas casas. Plural sim: vamos nos integrando em várias casas. Perdendo umas, ganhando outras... As mudanças são trabalhosas, sempre. Mas valem a pena: aquela ultima gaveta do guarda roupa que há muito tempo não era aberta se mostra como um espaço nostálgico. Ali também é uma casa.
Aqui está tão silencioso que quase consigo escutar as batidas da minha casa.
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