Tem dias que eu não estou para nada. Tem dias que tu estás para tudo. Tem dias que ele sonha com ela. Tem dias que ela nem sonha com ele. Tem dias que parece que tudo não pode piorar, e até pode piorar. Ou até pode melhorar... Aprendi que tudo o que aprendi pode não servir para nada - e pode inclusive servir para alguma coisa. Contraditório? Talvez. E isso é porque tu não estás na minha cabeça: estás para tudo.
Nunca pensei que pudesse me perder nos outros: essa história de se desgastar nas pessoas nunca foi para mim. Pelo contrário: sempre me achei nas pessoas, como se elas fosse pedaços de tudo o que eu fui e do que eu poderia ter sido. Cada encontro era como escrever um palimpsesto e o sorriso tomava conta do rosto como uma virose toma conta de um corpo: era até contagioso. Mas nesse dia eu não estava para nada - e me perdia nos outros.
Tem dias que parece que tudo não pode piorar - e melhora. Tem dias que tu estás para tudo e compartilhas o teu tudo com quem está para nada. Por isso gosto de laços, traços, passos: abraços. Tudo se misturando e parando e sendo e gerúndio. Não é estanque: é o movimento da pausa. Mais pacificador que essa energia em trânsito só o sentimento que fica... Não mais sou: estou sendo.
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