Nada é, inteiramente, ruim: em um mesmo caso dois lados podem ser observados. Muitas vezes, porém, a maldade é mantida como versão exclusiva. Dessa forma, acontecimentos são julgados pelos seus desdobramentos, e não pelas suas causas. Assim, a focalização das tragédias é feita na essência: o drama.
Quantas vezes sabe-se de uma enchente que prejudicou o abastecimento elétrico de uma região e o primeiro pensamento foi acerca das perdas decorrentes disso? Ou algo mais devastador: quantas vezes se observa um atentado terrorista e julga-se, instantaneamente, como um ato incomparavelmente absurdo? Todavia, deve existir outro modo de pensar. As empresas especializadas no aluguel de geradores claramente se beneficiaram com a situação; do mesmo modo que fundamentalistas comemoraram por terem defendido o nome e a imagem de seu Profeta.
É sabido que nenhum ato mortal é justificável. Com base nisso, pode-se dizer que alguns limites são necessários e a tolerância deve ser fundamental. Dessa forma, não é cabível incitar qualquer movimento embasado no direito de liberdade pois, da mesma forma que a vida possui um ponto final, qualquer outro manifesto também o deve ter. Ainda assim, cada acontecimento deve ser analisado integralmente: todos os ângulos devem ser focados de modo que se entenda o porquê de a salvação para alguns ser o mal para outros.
Necessário é o respeito às diferentes manifestações culturais e o uso do bom senso. Por conseguinte, a análise de qualquer elemento de uma tragédia deve ser analisado sem tanto apelo emocional, de forma que os fatos sejam destrinchados até o reconhecimento do erro ou do acerto de outrem. Somado a isso, deve-se ter a capacidade de reconhecer que os males existem para algum bem.
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