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A tal da emoção que se casou com a criatividade

Interessante é saber que muitos dos nossos textos escritos e divulgados e lidos e interpretados se parecem com as mensagens de um telefone sem fio. Sim, aquela brincadeira de criança. As emoções implantadas à força em cada palavra são sentidas de formas diferentes por cada leitor. Desse modo, alguns são tocados, outros dilacerados; mas poucos são os que seguem indiferentes.
Vejamos: na frase "estou pronta para me jogar" algum suicida pode achar que é um sinal do universo. Por outro lado, uma menina que acaba de ter sua independência pode pegar seu carro novo, suas amigas, algum dinheiro, a estrada e se divertir com a vida. Assim também pode uma criança se abandonar nos braços de seu pai. Enquanto isso, o pobre escritor estava pensando na primeira gota de chuva que começou a encher os mares do planeta.
Alguns sentidos são maiores que outros, porém todos convergem para algum. Isso é importante. Algo tão singelo para muitos é de grande tamanho para poucos, ou o contrário. Isso não é importante. O que realmente interessa é: por mais distorcido que algo possa parecer, sempre haverá uma alma embaçada de emoção para compreender o que inicialmente não tinha sido dito.

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