Pular para o conteúdo principal

Baila!

Sobre o aprendizado: aprendi que a gente vai sempre aprendendo. No gerúndio mesmo. Com um verbo de ação mesmo. Com repetição mesmo. A gente vai se fazendo, vai se construindo, vai se quebrando e vai se reconstruindo. A gente toma um sorvete pra passar a dor de dente, e deixa de tomar sorvete por causa da dor de garganta. A gente tenta achar uma fórmula para a vida mas, na verdade, a vida é um tubo de ensaio: tudo é experimentação.
Estou descobrindo histórias de pessoas comuns. Tempinhos atrás eu gostaria de expor essas vidas incríveis numa tela de TV. Ou num programa de rádio. Ou num post na internet. Ou num instories. Hoje eu só quero guardá-las num potinho. Daqueles coloridos e brilhantes que enfeitam prateleiras. Entendi que pessoas que brilham me dão brilho - e eu sempre gostei de uma purpurina. É feliz ser cintilante. Resplandecente como o sol das 9h da manhã.
A madrugada é interessante, de verdade. Mas você já saiu de casa às 8h? É incrível. É luzente. É brilhante. Já saiu de casa às 17h? Aquele brilho fosco e incandescente que, ainda que tímido, brilha o começo da noite. Não gosto de fins: "fim do dia" é tão feio. Ainda bem que estamos sempre num ciclo, num gerúndio, na experimentação. "Está sendo bonito". Acho que isso valoriza a vida: nem antes, nem depois. Agora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Feliz 2014

Por dois dias seguidos vi o mesmo boné. No ônibus e na parada do ônibus. Necessariamente nessa ordem. "Feliz 2014!" estava escrito nas costas do boné. Boné que vestia a cabeça de um velhinho. Velhinho que parecia o carteiro que entregava cartas na rua da minha casa, quando eu ainda morava em Recife. Saudades Recife. Lá eu nunca tive o problema com os ônibus que vão "Via Praça". Ai! Como eu tive ódio desses ônibus nessa semana… Todos os que passavam queriam me levar para o Alecrim. Ai! Como tive ódio do Alecrim. Na verdade, tive mais ódio dos ônibus "Via Praça" que nunca praçavam. Só hoje tive vontade de chorar duas vezes. Não pelos ônibus perdidos e não vindos, nem pelo término do namoro (que continua lindo, firme e forte), nem mesmo pela situação política do país, nem pela gordurinha que começa a se acumular em alguma parte ainda não vista pelos meus olhos, mas vistos pelos olhos dessa consciência hipocondríaca, vaidosa e meio desorientada que insiste

Quatro olhos

Lá estava ela, sentada com pernas cruzadas sob dois travesseiros e um computador. Sem internet. Lastimante - e ao mesmo tempo saudável - saber que aquele era o único cômodo da casa que o sinal wifi não chegava. Esse era um dos motivos para ela estar vasculhando suas estantes de livros – tanto reais como virtuais, e tentando não se apaixonar por qualquer um que estivesse na sua lista de “Para Ler”; pelo menos até conseguir chegar ao fim dos quatro mundos retangulares e deixados um pouco de lado no seu criado-mudo. Estranho era ela rememorar o estanho dos olhos castanhos do menino de cabelos pretos. Que por um motivo muito claro, a sigla Sb veio à sua mente, e no mesmo instante criou a imagem de um sabão. O que não deveria ser um conjunto muito bom de pensamentos. Mas que poderia ser. Condicional. Tudo é bom se usarmos o “se”, o qual é, geralmente, acompanhado por um verbo. Contudo, mesmo que a ação de verbalizar algo incerto seja satisfatório - ao invés de simplesmente brincar com

Desconhecido

" Ação retrógrada, Nada me agrada, Caio no abismo levado pela avalanche Que a este enche. Junto com as distrações e enganos Não posso mais confiar em mim, Meus sentidos humanos. Caio fora do planeta, mas nunca serei sol Mato a barata com veneno aerosol Para que? Para que estou escrevendo isso? Liberdade de transcrever sem nenhum compromisso. Nem a ciência sabe tudo Por que eu deveria saber? Sou o fim desta cadeia carbônica Sou um selvagem na era eletrônica Uma imagem que se desvanece Quando perco o controle e você aparece Sua face me sorrindo, ainda estou pedindo Ao fim do que tudo foi um dia Sou eu percebendo meu corpo caindo De tantos tremores que pela madrugada podia Estar sendo o fim do que algo foi há tempos atrás Todos os nossos sentimentos contrários Por todas as nossas precipitações Agora já não é mais tão envolvente Para explicar tudo isso com poucas citações Que se concluem para agir como um solvente De todos estes me