Temos tão pouco tempo
que o vento
mesmo lento
teve medo de passar
Temos tão pouco tempo que o café
mesmo próximo da chaminé
já se deixou esfriar
Temos tão pouco tempo
que o pesado soneto está mais para um livreto
que tem medo de se terminar
que a caneta perdeu sua cor, com a rapidez da escrita
E entre essa e aquela Rita
paramos no meio da fita
e ela deixou-se enrolar
Temos tão pouco tempo que o medo da sorte
de um sentimento tão forte
termine em morte
de amor fraternal
Temos tão pouco tempo
que o que bastava tornou-se carente
e o que nos restava
acabou de acabar
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