A última gaveta do meu criado mudo está bagunçada. A penúltima e a antepenúltima também. Meu guarda-roupa está a ponto de nenhum lençol ser encontrado. Minha bancada de estudos é um bom exemplo do caos. A dúvida cruel entre a primeira ou terceira pessoa permeia as dobras mais insignificantes do meu cérebro astuto. Em meio ao buraco negro instalado em minha mente, tudo ainda parece em ordem... Minha cama virou meu santuário. Ó calor, senhor da vida e da morte, serias tu o difusor das minhas emoções? O suor já é algo que tiras de mim; a maquiagem já não disfarça minhas olheiras, e ainda insistes em dizer que és luz em meus caminhos? Estou cansada. Exausta. Sem paciência para acordar feliz na segunda, em paz na terça, sem esmalte na quarta, e rastejante na quinta. Amanhã será outro longo dia, que, assim como todos os outros, embirra em sempre completar vinte e quatro horas. As quais nunca são suficientemente gentis para se estenderem por mais alguns minutos, a fim de que a tarefa
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim