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Um poema para chamar de meu

Da janela do meu quarto eu posso ver
O mundo inteiro ao amanhecer
Sinais vermelhos no final de um corredor
E outras janelas que se apresentam sem pudor

Posso ouvir a vida, a morte e o purgatório
Todos provenientes de um sino um tanto inglório
Que a toda hora bate sem parar
De amar

Pulso sangue vitalício
Entre artérias e vasos coronários
Julgam-se os certos como fraudários
E o sentimento mais puro e confuso, como mercenário da razão

Livros. Fotos. Canetas. Vasos
Um ultrajante da filosofia
Está presente todos os dias
Na reminiscência das minhas curvas cerebrais

Ando às vezes perdendo o juízo
Pensando em sempre ser bem preciso
Na falatória do argumentar
E do não se apaixonar




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