O direto da minha palavra nunca deveria ter sido cortado do jeito que foi. Floresci e e tiraram meus espinhos antes mesmo de poder furar alguém. O que seria de uma rosa sem seus espinhos? Parece aqueles girassóis sem cheiro. Parece uma manhã sem café. Parece uma pelada jogada com sapatos. Não faz sentido. Bato na mesa, rodo a cadeira, brigo com o computador e fico quieta. Alongo os dedos, preparo o teclado e um chá de camomila. Só olho pra a tela em silêncio: juramento. Fui até a reitoria, pedi um misto quente, caminhei pelo campus e quase pedi pra ser assaltada. Apostas são melhores que promessas. Ficou bom, ficou massa. As suas palavras sempre são aconchegantes. Não sei como você se lembra do brinco azul - eu não lembro nem do sapato. Mas não tive dor de cabeça, juro. E cheguei bem. Mas ainda estou tamborilando dedos na mesa. Eu não deveria ter prometido o silêncio, não é natural de mim. Achei inválido essa troca de palavras por não-palavras. É totalmente injusto. Não gostei.
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim