Maldito seja o coador de café e maldita seja a falta de dose daquela que o bebe. O coador não funcionou. A bebedora não acertou. A dose foi exagerada e no fundo da caneca jaz o pó. Preto como a noite, amargo como o carvão: insignificante e desprezível. Pior que isso só o pó da tapioca mal feita na frigideira antiaderente. "Passe um pano que sai". Sai da frigideira e vai para o pano, do pano vai para o chão, no chão continua pó. As boas línguas ainda ousam usar a desculpa do aspirador: aspirante de quê? Pó. Nada mais que isso. Interessante, entretanto, é saber que sem o pó não haveria café. Sem o pó não haveria tapioca. Sem o pó o aspirador não teria função. Mas sem o pó também não existiria falta de dose daquela que bebe o café. Culpa de quem? Não é da presidenta, nem das estrelas. Culpa da bebedora mesmo, que erra na dose do pó do café.
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim