Eu deveria estar escrevendo um artigo de opinião sobre os malditos carros de som que os vereadores deste Brasil prezam tanto. Deveria colocar pra fora toda a cinza revolta de uma cidadã que é contra a poluição sonora. Que é contra estar no shopping passeando e escutar uma música chiclete com números de candidatos cômicos. Que é contra estar em casa numa sexta-feira de manhã e escutar o remix mal feito de um funk incrível. Que é contra a moleza dos sábados de tarde. Fui tomada pela cor púrpura em meio à revolta do cinza. Depois de uma semana como a que passou, não sei como não passei dessa para melhor. Deve ser pelas cores, que sempre salvam. Pelos azulejos, ao invés dos tijolos; pelo sol, ao invés da chuva. Até pelo café, que hoje eu não lembro de ter tomado. Fui tomada, sou energia, purpurina e púrpura. Fui tomada, bebi café. Talvez faça sentido sentir o gosto amargo. Que combina com silêncio. Que combina com tardes de sábado. Que não combina com sextas-feiras de manhã, pois se
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim