Ao sair de casa às oito horas da manhã, pensei apenas em suportar o vento forte de agosto no sol quente de Natal. A mochila nas costas ainda estava leve, sem nenhum peso das compras. Na metade do caminho para o mercado, dentre as muitas olhadas para todos os lados, um lado colorido em meio ao asfalto e às casas neutras me chamou atenção: flores. Lá estava um senhor, singelo e atencioso cuidando de um jardim no meio da avenida. Eu parei de andar. O terço colorido em minhas mãos parecia se comunicar com aquelas cores. Os carros passavam mas o mundo parecia estagnado, como se Deus tirasse uma fotografia do momento: ntes eu tivesse saído de casa com a câmera. A delicadeza com a qual - num cenário quase inapropriado - o homem cuidava de suas cores foi encantadora. Voltei a caminhar. Fiz as compras, enchi a mochila. Parecia que era feira para um mês, e não para duas semanas. Nessa hora eu estava pensando em suportar o vento forte de agosto no sol quente de Natal. Mas chovia. Esperei. N
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim