Chicoteadas no pelourinho do senhor Tempo, as pessoas tentam lembrar o dia em que perderam sua liberdade. Sucumbidas pela imensidão das futilidades, buscam preencher seus horários em troca de momentos emocionantes. Enquanto vivem na espera da alforria, morrem a cada minuto passado. Mil e uma obras são atribuídas para um ínfimo dia. A mente trabalha e os músculos tencionam. Carrascos saudáveis e milimetricamente torneados gritam durante vinte e quatro horas: “Compre!”, “Malhe!”, “Use!”. A carne é fraca, o cérebro não suporta tanta pressão. É preciso não enlouquecer. Na tentativa de extravasar sentimentos reprimidos, valorizam a perda de si próprios para ganharem aquilo que é aceito. E sem raciocinar a efemeridade do conforto que lhe será concedido, são cada vez mais hipnotizados por promessas apaixonantes e irreais, feitas por colonos que se aproveitam para tomar posse da terra mais preciosa: a essência do ser. Vende-se a alma por um emprego que propicie um bom status, ou simpl
Crônicas feitas no bloco de notas do celular de Luana Aladim